Essa febre de aparecer em redes sociais parece estar longe de acabar. O que está se esgotando a cada dia é a credibilidade de quem é acometido por ela e não se deu ainda conta de que é preciso ter um mínimo de motivação legítima para se expor de forma digna.
Isso tem lá suas razões de ser. E uma delas é o franco processo de imbecilização que tem tomado conta de nossas sociedades hodiernas. Conceitos que deveriam ser cultuados estão cada vez mais sendo objeto de distorções. Vejamos: em nome do que deveria ser a liberdade de expressão, há pessoas que simplesmente acreditam que não devem se importar com a reação das outras.
As piores distorções conceituais ocorrem exatamente quando se toma por fim o que na verdade é meio. Assim é a tão falada liberdade de expressão. Tudo bem, ela deve ser preservada, mas para expressar o quê? É aí que a coisa pega, por vezes colocando em risco a tão sonhada supremacia dos direitos difusos sobre os individuais.
Há que se começar a pensar em instrumentos de preservação da incolumidade pública não apenas física, mas moral. E toda vez que se fala em melhorar a vida da sociedade há também que se falar em política.
Vale a pena sonhar com um amadurecimento político da população, com o dia em que o povo efetivamente saberá votar em candidatos que tenham uma proposta de trabalho consistente. E não em imbecis que se expõem em redes sociais com caras e bocas que não dizem nada.
A população precisa perceber melhor as intenções que se escondem em cada aparição midiática. Precisa abrir o olho para os que pretendem ocupar espaço no cenário político. Enfim: precisa abrir sua terceira visão. E parar de abrir o terceiro olho pra essa gente.