Com o objetivo de envolver os Municípios nos debates da elaboração do Plano Clima e coletar informações para implementação da política climática brasileira nas dimensões de mitigação e adaptação, o Ministério do Meio Ambiente promove, nos dias 19 e 20 de março, a Oficina Federalismo Climático: Integrando Estados e Municípios para a Adaptação no Brasil. A abertura do evento aconteceu na manhã desta terça-feira, 19 de março, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, e contou com a participação da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Representando o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, na mesa de abertura, a gerente de Sustentabilidade da CNM, Cláudia Lins, reforçou a importância de se reunir, num mesmo espaço, diversos atores para pensar num plano e em ações para tornar o país cada vez mais sustentável e resiliente. “Para ter um país sustentável e resiliente a gente precisa começar a planejar ações para que os Municípios se tornem sustentáveis e resilientes. Combater o desmatamento significa, sem dúvida nenhuma, cumprir com a missão de reduzir as emissões. Mas, por outro lado, temos Municípios sofrendo com a seca e chuva. De 2013 a 2023 foram mais de 60 mil decretações, boa parte, 41%, foi por conta da seca”, disse.
Ainda durante seu discurso, Lins ressaltou que a CNM representa mais de 5.22 Municípios dos mais diversos portes e chamou para a necessidade de ações de capacitação técnica e recursos financeiros. “Talvez um dos eixos para a gente buscar inovação em políticas públicas ambientais seja fortalecer a gestão ambiental municipal na ponta, focando em quem mais precisa realmente. Nós sabemos da importância de ter um Ministério do Meio Ambiente que atue em mudanças climáticas, mas que o orçamento reflita isso. A gente precisa ver ações mudando na prática, pois vemos reflexos das mudanças climáticas na saúde, os impactos na agricultura, na área de infraestrutura quando a chuva leva toda a tubulação de drenagem. Se a gente não tiver um Ministério com orçamento forte, estaremos prejudicando todos os outros setores do país”, lembrou.
Ao finalizar o discurso, a gerente de Sustentabilidade reforçou que a CNM, além de seminários com os gestores municipais, tem elaborado estudos sobre as mudanças climáticas, impactos da ocorrência de desastres e necessidade de ações de mitigação, adaptação e respostas, além de alertar ainda para a previsão de eventos extremos climáticos em todas as regiões do Brasil.
Por Lívia Villela