MPF atua para assegurar funcionamento regular do Conselho Estadual de Saúde de Rondônia

Publicada em 

20 de março de 2024

às

16h47

Presidente do conselho enviou ofício informando que redução de 82% no orçamento inviabilizaria funcionamento do órgão em 2024

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento administrativo para assegurar o funcionamento regular do Conselho Estadual de Saúde de Rondônia (CES/RO). Segundo ofício encaminhado pelo presidente do conselho, o orçamento do órgão sofreu um corte de 82,27%, saindo de R$ 2,2 milhões em 2023 para R$ 390 mil em 2024.

O documento, recebido pelo MPF, indica que a previsão orçamentária para a Programação Anual de Saúde do CES/RO para este ano foi aprovada na 345ª Reunião Ordinária do Conselho e homologada pelo secretário estadual de Saúde, no valor de R$ 2,7 milhões. No entanto, na Lei de Diretrizes Orçamentárias estadual, publicada em janeiro, foi estimada tão somente a quantia de R$ 390.123 para as ações do conselho em 2024 – o correspondente a 17,73% do valor homologado pelo secretário.

Por tratar-se do uso de recursos estaduais, que prioritariamente são acompanhados pelo Ministério Público do Estado de Rondônia (MP/RO), o MPF enviou ofício ao presidente do CES/RO para que informe se a situação já foi encaminhada para conhecimento do MP/RO, do Conselho Nacional de Saúde e do Ministério da Saúde. O gestor deve ainda relacionar as ações que serão impactadas com a restrição orçamentária e se foi feita alguma atuação sobre o tema junto à Assembleia Legislativa de Rondônia.

O MPF oficiou, ainda, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) solicitando que esclareça a questão narrada pelo presidente do conselho e informe se a situação foi reportada ao Ministério da Saúde.

Foi estabelecido prazo de dez dias para resposta aos ofícios.

Atuação do Conselho de Saúde – Previstos na Lei nº 8142/90, os conselhos estaduais integram o Sistema Único de Saúde (SUS) e foram estabelecidos com o objetivo de efetivar o controle social no SUS. Esses órgãos são essenciais para a promoção da saúde pública nos estados, por meio do controle social, e possuem autonomia administrativa, orçamentária e financeira. Conforme apontado pelo presidente do CES/RO, “a redução da dotação orçamentária é uma ameaça iminente ao pleno funcionamento do Conselho de Saúde”.

O MPF destaca também que a existência e o funcionamento dos conselhos são requisitos para que estados e municípios estejam habilitados e recebam os recursos federais repassados ‘fundo a fundo’.

 

Por Ministério Público Federal de Rondônia

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