Edson Lustosa escreve: Nem boi-bumbá, nem quadrilhas: folclóricas mesmo serão as eleições em Porto Velho

Publicada em 

12 de fevereiro de 2024

às

13h20

Em meio ao absoluto vazio de lideranças expressivas e nomes que inspirem confiança, haverá de reinar um verdadeiro festival de pretensões desconectadas da realidade na composição do elenco de pré-candidatos ao cargo de prefeito de Porto Velho neste previsível 2024. E tudo isso embalado pela consolidação da tradição de que perder no primeiro turno é ganhar a capacidade de negociar apoio no segundo, em troca de cargos para si e para familiares.
Em que pese a composição ser a palavra de ordem do processo eleitoral, haverá sempre os candidatos que se apresentam como “independentes”, supostamente ideológicos, aptos a porta-vozes de ataques que os que tem chance se abstêm da fazer e preferem pagar para que alguém os faça. Haverá os da “nova era”, com propostas oníricas, extraídas de agendas ambientalistas internacionais. E haverá os que têm chance.
Dentre os candidatos com chance de alguma coisa, haverá certamente dois tipos: os que saberão aproveitá-la, com inteligência e habilidade; e os que a jogarão fora, mormente por se blindarem de assessores que, em verdade, são candidatos a secretários e, por isso, tendem a agir no sentido de que a equipe não cresça, de que o candidato não converse com muita gente, de que ninguém mais experiente se aproxime para lhes apontar as falhas.
Basta lançar um leve olhar sobre as eleições passadas, seja para prefeito ou governador, que se verá que esse quadro se repete. Mas a todos é dado o direito de se enganar, o difícil é enganar os patrocinadores. Os que doam recursos para campanhas têm amadurecido. E é preciso aprimorar o discurso para fazê-los crer que vale a pena apostar em um candidato a contragosto dos demais. Sendo, portanto, mais provável, que prefiram distribuir apoios a mais de um candidato. Verbas menores, com certeza.

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