Quase três mil megawatts-hora (MWh), o equivalente ao consumo de 2.200 residências. Essa foi a produção de energia elétrica da usina solar fotovoltaica do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao longo dos últimos meses. Localizada a cerca de 50 km da sede do tribunal, em Brasília, a usina foi inaugurada em 2022 para reduzir os custos do STJ com energia elétrica e reforçar o seu compromisso com a sustentabilidade. A iniciativa é fruto do projeto estratégico “Adoção de novo padrão energético, com prioridade para a energia solar”.
De acordo com Vítor Augusto Mota, chefe da Seção de Eletroeletrônica da corte, a energia gerada entre junho de 2023 e fevereiro de 2024 foi equivalente a 45% do consumo do STJ no período e correspondeu a uma economia de aproximadamente R$ 400 mil. Esse, porém, não é o único aspecto relevante: no mesmo período, a redução nas emissões de CO2 devido à energia gerada pela usina foi superior a mil toneladas, considerando os fatores oficiais de emissão de CO2 do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Economia pode chegar a R$ 1 milhão por ano
A locação do sistema de geração de energia ocorreu mediante a contratação de empresa privada e não gerou nenhum custo ao tribunal, além do próprio aluguel do sistema – que é inferior ao benefício gerado. O contrato é válido, inicialmente, por 15 anos, podendo ser renovado por mais dez a critério das partes.
Vítor Mota apontou que os primeiros meses (fase de ajustes) e os últimos meses chuvosos impactaram a geração de energia do sistema e ressaltou que uma análise completa de performance somente será possível após 12 meses de pleno funcionamento da usina. Ainda assim, mesmo considerando as oscilações climáticas, o gestor estima que, até o final do contrato, haja uma economia de pelo menos R$ 1 milhão ao ano nas despesas do STJ com energia elétrica.
Edvaldo Queiroz, fiscal do contrato com o consórcio, explicou que a usina foi dimensionada para operar a uma capacidade de geração de 3 MW, equivalente ao limite estabelecido nas regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), não cabendo, portanto, ampliação. Segundo ele, a quantidade de energia gerada pelo sistema é tal que o objetivo do tribunal não é buscar formas de aumentar a produção de energia, mas sim procurar reduzir o consumo.
O pioneirismo do STJ na administração pública federal direta, ao conceber e implementar o projeto, tem repercutido. O Conselho da Justiça Federal (CJF) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), por exemplo, já entraram em contato com a unidade responsável no tribunal para pedir informações e planejar aquisição semelhante.
Fonte: Superior Tribunal de Justiça